quinta-feira, 7 de maio de 2009

Vereador Vieira faz críticas ao MPE por querer punir policiais militares

O vereador Sargento Vieira, do PHS, é policial militar, há 19 anos, e participou ativamente da manifestação dos policiais militares, ocorrida na última segunda-feira, 4, em que os policiais se concentraram em frente ao Escritório do Governador Arnóbio Marques e exigiram conversar pessoalmente com o chefe do executivo, para negociar melhores condições de trabalho e melhorias salariais.

Vieira é casado e tem 2 filhas. E, antes de se tornar vereador, fazia parte da diretoria da Associação dos Policiais Militares do Estado do Acre (Ame). Na época o Sargento Vieira, foi escolhido pela tropa, através de votação, para concorrer a uma vaga na Câmara Municipal de Rio Branco.

Para Vieira, o Ministério Público Estadual (MPE) não pode intervir na manifestação dos policiais militares, porque o orgão não tem o papel de defender o governo. Ele diz ainda que, o governador foi o culpado pelos transtornos causados pela manifestação, por ter se recusado a receber a categoria para negociar.

Acompanhe a entrevista que ele concedeu a este blog.

O que o senhor tem a dizer a respeito do posicionamento dos procuradores do MPE, que afirmaram que o órgão vai pedir a prisão e a expulsão dos policiais que participaram da manifestação em frente à casa do governador?

O Ministério Público está equivocado, e foi infeliz nessa colocação. Fizemos um manifesto pacífico. Não fizemos baderna de maneira nenhuma. O Ministério Público existe pra promover a justiça e, não tem nada a ver com o que nós fizemos lá. O Ministério Público não é defensor do Estado, não é defensor do governador, nem advogado do governador. Então, ele é pra está fazendo ações do Ministério público, e não tem nada a ver com a parte do governador. Nós, fizemos um movimento honesto e pacifico e não vamos abaixar a cabeça. Daqui para frente, nós queremos que o governador valorize a segurança pública, principalmente a Policia Militar e o Corpo de Bombeiros, que estão em um desmantelo total. E não aceitamos pressão de órgão nenhum. Porque, eles não existem para fazer pressão e sim para promover a justiça.

E sobre a multa que os policiais poderão pagar por ter causado prejuízos ao trânsito, o senhor acha justo?

O PT em épocas passadas, fechava rua, fazia baderna, jogava pedra, fazia tudo o que podia fazer. Agora a Policia militar, só porque não pode fazer greve, também não pode se manifestar? A constituição dá o direito de nós nos manifestarmos livremente, sem baderna. E foi o que nós fizemos. Não aceitamos punição, inquérito, nada disso, até porque não cabe. Nem multa, como disseram que iriam nos multar em 70 mil reais, também não cabe. E nós vamos recorrer, até a ultima instância.

O trânsito foi prejudicado naquele dia e a manifestação se estendeu até a noite. De quem foi à culpa por isso?

A culpa é do governo, que não recebeu os policiais. O governador saiu (do gabinete) na frente de toda a tropa. Ele teria que ter sido mais sábio, e ter chamado os lideres do movimento e apresentado uma proposta. Agora, dizer que só daria o risco de vida e as promoções, e o restante da tropa? O governo tem que apresentar uma proposta de aumento e de isonomia salarial. È o que nos queremos.

O Governador afirmou que, conversou com os policiais durante a manifestação. Isso aconteceu?

Não. Ele só passou pelo meio (da manifestação). O governador cumprimentou algumas pessoas, mas não trouxe nenhuma proposta, nem parou para ouvir o movimento. Se ele tivesse parado para ouvir, ele estaria certo. Mas, ele não parou. E, nem fez uma proposta para o movimento. A proposta, da equipe de governo, foi de nos receber dia 11, segunda-feira.

Na terça-feira, dia 12, após a reunião com o governo, haverá uma assembléia geral dos militares. O que vai acontecer nesse dia?

Vai depender do governo. É o governo quem vai decidir, se vai continuar ou não. Se, o governo nos der o que nós estamos querendo, a gente vai parar (as manifestoções), mas se o governo não der, nós vamos continuar.

A PM vai fazer paralisação, se o governo não negociar?

Não, os serviços essenciais vão continuar. Mas, o que não podemos aceitar é a pressão dos órgãos que estão ligados ao governo, nem do próprio governo, em não receber o movimento. Isso é autoritarismo. E não aceitamos isso.

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