quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sessão na Assembléia Legislativa discute a pedofilia

Foto: Odair Leal/Assecom

A Assembléia Legislativa do Acre(Aleac) dedicou à sessão, desta quarta-feira, para discutir a pedofilia. A sessão contou com a presença das autoridades ligadas a defesa da criança e do adolescente, e de representantes dos comitês de enfrentamento a exploração sexual de crianças e adolescentes, do Estado e do município de Rio Branco.

Durante a solenidade, houve os pronunciamentos das autoridades e de representantes dos comitês, além das falas dos deputados e da escritora acreana Maura Oliveira, que foi vítima de abusos na infância. A maioria das falas, foram centradas sobre o problema específico da pedofilia, e sobre os avanços no combate aos abusos e a exploração sexual de crianças e adolescentes, dentro da área de atuação de cada instituição.

Portanto, a fala do promotor da Infância e da Juventude do Ministério Público, Francisco Maia, se destacou. Ele, como os demais, falou sobre os avanços no combate a pedofilia, porém, pediu aos deputados que incluam no orçamento as verbas necessárias para a prevenção do abuso e a exploração sexual. “Não se consegue, verdadeiramente, os avanços no combate ao abuso e a exploração sexual, se não se trabalha o orçamento. Não podemos trabalhar só com boa vontade”, disse o promotor.

O promotor, também, falou sobre a necessidade da existência de um local específico para o atendimento às vitimas, e propôs que a CPI, instalada na Assembléia, ultrapasse a linha da investigação dos casos de pedofilia e adentre em questões mais estruturais. “Devíamos fazer uma investigação maior. Precisamos saber por que não temos um atendimento à altura da criança e do adolescente”, propôs o promotor.

O deputado Luiz Calixto se pronunciou, logo em seguida, concordando com o que o promotor falou, e foi mais além no assunto. “Não bastam os seminários e os simpósios. É preciso que o Estado passe a investir mais nas causas do que nas consequências. È impossível que um Estado não enxergue a prostituição em nossas esquinas”, comentou o deputado.

Em seguida, o deputado Moisés Diniz usou a tribuna e, justificou que a dificuldade no combate ao crime não está em investimentos e sim na questão moral. Segundo Diniz, o governo já investiu cerca de 300 milhões de reais em inclusão social. “Não adianta apenas os investimentos, pois a pedofilia está na alma”, disse. E, acrescentou “precisamos capturar o pedofilo, e depois tratá-lo".

Dignidade roubada

A sessão encerrou-se com a fala da escritora Maura Oliveira. Ela é autora do livro Meninas de Ontem e, foi vitima de abusos durante a infância. A escritora falou, na tribuna, sobre os abusos, e revelou que, o trauma marcou a sua vida.

Segundo a escritora, passar por uma experiência de abuso é como ter a dignidade roubada, por isso às vítimas têm dificuldades de falar sobre os abusos. “É difícil falar. Cada vez que se fala, se revive a cena. E, se revive com muita dor” falou Oliveira.

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