Os colonos despejados do seringal Macapá,em Boca do Acre, na divisa do Estado do Acre com o Amazonas, denunciam que continuam sendo vítimas de arbitrariedade por parte dos policiais Amazonenses, mesmo após o despejo. Os produtores rurais estiveram em Rio Branco, nessa quarta-feira, a convite dos deputados Moisés Diniz e José Carlos, para participarem de uma reunião com a Comissão Agrária da Assembléia Legislativa do Acre (ALEAC) e falaram sobre os excessos cometidos pelos policiais.
De acordo com a produtora Conceição Araújo, os policias que não permitiram que os colonos retirassem seus pertences de suas casas, estariam utilizando colchões e se alimentando dos animais pertencentes aos despejados. “Eles dormem nos colchões da gente. E, estão matando os porcos, as galinhas e comendo. Alguns animais eles estão matando só de maldade para deixar no quintal estragando. Eles também mataram o cachorro de uma vizinha de tanto bater nele, na frente dela”, declarou Araújo.
A produtora diz que, apesar de não entender porque a ordem de despejo não cita o seringal Macapá, onde mora, aceita a ordem judicial, mas não concorda com a forma como os policias trataram os posseiros. “Nós moramos lá há muitos anos, eles deveriam ter avisado a gente antes de despejarem. Não avisaram a gente, e ainda fomos proibidos de levar nossas coisas”, comentou.
“Nos 44 anos da minha vida, nunca me senti tão humilhado”, disse o colono José Everaldo, ao referir-se ao tratamento recebido dos policiais amazonenses ao cumprirem o mandado de reintegração de posse. Segundo ele, além da forma truculenta com que os policias cumpriram o mandado, sem permitir que eles retirassem nenhum objeto do local e sobre ameaça armada, os colonos ainda estariam sofrendo ameaças dos polícias, mesmo na região que pertence ao Acre.
Segundo os produtores o ramal Cunha Gomes, que dá acesso ao seringal Macapá, está interditado, com tocos, pelos policiais. Além disso, segundo eles, os PMs proíbem que passem pelo local. “Eles disseram que, quem passar pelo Cunha Gomes vai pegar uma surra de brinde. E o nosso direito de ir e vir?” questionou Everaldo.
Os produtores também afirmam que, a maioria dos colonos, despejados do seringal Macapá, são Acreanos.
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