quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Militares apreciam em assembléia as denuncias de irregularidades na gestão da AME/AC

Braga é acusado de desvio de combustível da associação

Os membros da Associação dos Militares do Acre (AMEAC) participam nesta sexta-feira, às 9 horas, de uma Assembléia Geral para apreciar o relatório que aponta diversas irregularidades na gestão da entidade. A assembléia foi convocada pelo Conselho Deliberativo da associação e vai ocorrer no Clube dos Oficiais da Policia Militar e do Corpo de Bombeiros, localizado nas proximidades do colégio Armando Nogueira.

O major Wherles Rocha, presidente do Conselho Deliberativo da Ameac, afirmou que na ocasião os associados irão apreciar o relatório e julgar o presidente Natalício Braga, acusado de desvio de combustível da associação. “O relatório, que comprova as irregularidades, havia desaparecido, mas o Conselho Deliberativo encontrou outra via e vai apresentar aos associados. Os sócios precisam saber onde está sendo aplicado o dinheiro deles”, explicou.

De acordo com o militar, a assembléia poderá cassar o mandato do presidente. “De acordo com o Estatuto, a Assembléia é soberana. O associado vai decidir o que quer: se condena ou se ele continua como presidente”, frisou. Ele esclareceu que, caso Braga seja cassado, assumirá a presidência da Ame o Vice-presidente, o sargento Luiz Gonzaga Ribeiro, no entanto, segundo ele, existe um clamor entre os policias por novas eleições, uma vez que também está sendo apurada uma denúncia de uso do cartão da entidade, por Ribeiro, em compras pessoais. “Nesse primeiro momento estaremos analisando apenas a questão que envolve o presidente, mas a tropa é quase unanime em pedir novas eleições”, disse.

Rocha destacou que, de acordo com o Estatuto da Associação, a assembléia precisa atingir o quorum mínimo de 1/3 dos sócios, o que corresponde a cerca de 700 militares, por isso disse que importante a presença de todos os militares que puderem ir ao local. “Convidamos todos os associados a comparecerem, para que ajudem a dá transparência as ações da Ameac”, finalizou.

Braga e Ribeiro estão viajando e não foram localizados para falar sobre o assunto. No entanto, em entrevistas anteriores, eles negaram as acusações.

Entenda o caso - As denuncias contra o presidente da Ameac foram apresentadas no mês de setembro de 2008. Na época, Braga pediu afastamento de 90 dias e retornou ao cargo após a renúncia do presidente do Conselho Deliberativo, responsável pelo encaminhamento das denuncias. Até a semana passada, o relatório com o parecer do Conselho Fiscal não havia sido apresentado aos responsáveis.

Na penúltima quinta-feira (28), o parecer foi apresentado pelo Conselho Deliberativo da entidade, em uma coletiva de imprensa e foi convocada a Assembléia Geral pra esta sexta-feira. O documento aponta que no período de três meses a Ame gastou em torno de R$ 9.200 mil de combustível, sendo que o presidente não apresentou as requisições, placas dos veículos e quem foram os beneficiados. Além disso, o relatório demonstra que a associação gastou cerca de R$3.800 com gasolina, no entanto a caminhonete utilizada pela entidade funciona a diesel.

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