quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Comissão de combate a pedofilia define primeiros depoimentos

Por Francisco Costa


Em seu depoimeno Joana D'arca, avisa que não vai fazer o trabalho das instituições que sabem quem são e como agem todos os pedófilos do Acre, e, até hoje não fizeram nada. Leticia Yawanawá, diz que não tem nada para acrescentar na Comissão, já disse tudo ao MPF.

Uma reunião na tarde desta quarta-feira, 05, na Aleac definiu quais as pessoas que serão convocadas para depor na CPI da Pedofilia. A advogada e ativista em Direitos Humanos, Joana D'arc, foi a primeira pessoa convocada para comparecer nas audiências públicas que pretende prevenir e apurar o cometimento de ilícitos relacionados a atos de pedofilia. Joana recebeu o documento de convocação por volta das 17 h, no centro da cidade das mãos da assessoria de gabinete do deputado estadual Luiz Tché (PMN), que preside os trabalhos da comissão. O depoimento da advogada está agendado para o dia 12 de agosto a partir das 15h, na Assembléia Legislativa do Estado do Acre. As declarações da ativista serão acompanhados por cerca de 20 instituições governamentais (representantes do Tribunal de Justiça, Polícia Federal, MPE e MPF, além de outros parceiros), e muitas pessoas que esperam com ansiedade que os nomes dos pedófilos sejam levados a público e, que possam ser punidos.

Joana afirma com veemência que tem nomes e provas de pessoas envolvidas em crimes de pedofilia na capital e no interior do estado, e vai listar cada um deles durante seu depoimento na CPI. Entre os supostos criminosos estão pessoas influentes de diferentes setores da sociedade. Ela disse que vai ainda reascender casos antigos que nunca foram elucidados, como por exemplo os crimes cometidos por empresários ligados aos tranporte coletivos que ficou conhecido como caso do “Buzão”. Acrescentou que pretende indicar nomes de outras pessoas que podem contribuir com as investigações, e, que seria importante a presença do presidente da CPI do Senador, Magno Malta (PR-ES) para dar mais seriedade nas investigações.

"Vou contribuir com a CPI dando nomes, provas, fatos e indícios de pessoas que estão dentro do Judiciário, no Ministério Público, Sindicalistas, Empresários, Intelectuais e, muitos outros que abusaram ou abusam ainda de crianças. Quero saber juntamente com a sociedade porque que casos já denunciados pelo jornalista Pitter Lucena há muitos anos, caminham a passos de cágado em sua apuração judicial. Ratificarei e reiterarei todos esses nomes, para saber se permanecem com a sua insaciável fome de amor. Devido a visibilidade que a polêmica CPI gerou em seus acalorados debates, tenho recebido muitas denúncias. Como tenho fé pública, por prerrogativa da advocacia, indicarei os indícios com os fatos a serem apurados. As provas não me competem, indicarei apenas o caminho das pedras e os números dos processos", declarou Joana. Ela disse ainda que pretende homenagear a Juiza da Infância e da Juventude, Maria Tapajós que morreu tentando proteger as crianças que eram vitimas de pedófilos no Estado. Para a ativista se os trabalhos da comissão tiverem realmente seriedade, todos os envolvidos neste tipo de crime agora deverão ir para a cadeia.

Na sessão de ontem o relator da Comissão, deputado estadual Donald Fernandes (PSDB), disse que advogada estava blefando e que não tinha provas para apresentar durante seu depoimento. A atraso nos trabalhos da CPI causou conflito entre os parlamentes. Donald ameaçou lagar a relatoria; Mazinho Serafim (PSDB), declarou que Luiz Tché estava negociando com o governo vantagens políticas para evitar que integrantes do governo fossem intimados para depor na CPI. A paz só foi restaurada quando Edvaldo Magalhães (PCdoB), presidente de Aleac interferiu.

Seguido ao depoimento da advogada, a segunda pessoa a ser ouvida pela CPI será a liderança indígena Letícia Yawanawá com atuação no Acre, Amazonas e Noroeste de Rondônia. “ Tudo que eu tinha que falar já declarei para os Procuradores da República no caso Pianko, não tenho mais nada para falar aos deputados. Espero apenas que as investigações sejam concluídas e que os envolvidos recebam a pena merecida. Mas se for convocada para essa CPI, não deixarei de ir, mas não acrescentarei muita coisa”, disse a índia, que será ouvida pela CPI dia 18 de agosto.

Leticia e Joana, foram as duas mulheres que denunciaram no Ministério Público Federal o assessor especial dos Povos Indigenas, Francisco Pianko, que vem sendo investigado pela Policia Federal acusado de abusar sexualmente de menores de idade nas aldeias indígenas.

Francisco Pianko, integrante da equipe de governo de Binho Marques, será a terceira pessoa a ser convocada para depor. Ele vai comparecer na CPI, como uma pessoa acusada de abuso sexual e atentado violento ao pudor, ou seja, vai depor como um cidadão que já está sendo investigado.

“Esses depoimentos serão importantes para a seqüência da CPI", afirmou Tchê, presidente da CPI.

Arte - Marcos Venicios

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