terça-feira, 1 de setembro de 2009

Indígenas vão a Brasília fazer reivindicações

Por Franscico Costa

Tribos querem regularizar terras, melhorias dos serviços básicos de saúde e que seja empossado um novo coordenador na Funai do Acre que represente os povos.

Uma comissão de articulação para as aldeias está sendo criada provisoriamente para intermediar com o governo federal políticas públicas. O grupo de trabalho vai cobrar do Ministério da Justiça, Funasa, Funai, melhorias na qualidade de vida para as populações indigenas do Acre.

A índia Letícia Yawanawá, liderança que encabeça o movimento esteve reunida com demais representantes indígenas do Acre para cobrar uma postura do governo do Acre para os problemas que afligem as aldeias. O deputado estadual, Moisés Diniz (PCdoB), líder do governo foi quem ouviu as reclamações, deverá apoiar a comissão, além de intermediar um diálogo entre os poderes.

A idéia é que esta comissão se desloque até Brasília para cobrar do Ministro da Justiça (Tarso Genro), preservação da terra indígena pertencente ao povo Apolima-Arara, localizados no Rio Amônea, na cidade de Marechal Thaumaturgo. Os Arara estão há 30 dias acampados no prédio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), reivindicando demarcação de suas terras, numa tentativa desenfreada de diminuir as invasões dos brancos que estão explorando de maneira desordenada recursos naturais, que a cada ficam mais escassos.

Os índios que ocupam a FUNAI construíram ocas na frente ao prédio, já impediram a entrada de funcionários, ameaçam incendiar carros e dizem que vão "dar o sangue" para que o movimento deles seja reconhecido. Os araras estão com dificuldades de se alimentar, mesmo assim resistem e permanecem por tempo indeterminado acampados.

“Além da situação dos Apolima-Arara, a gente chegou num acordo com as lideranças de que era preciso incorporar outros problemas indígenas ligadas aos Apurinã, Kaxarari, entre outros. A idéia é formar uma comissão, ir a Brasília para uma audiência com o Ministro da Justiça e o Presidente da FUNAI, e também resolver problemas ligados a saúde indígena com o presidente da FUNASA. Então, nosso papel é de dar apoio para essa comissão com objetivo de apressar essas demandas”, disse Diniz, que prometeu ainda dar apoio para o protesto dos Arara, em Rio Branco. Os indios querem ainda que seja empossado na Funai do Acre, um novo administrador, indicado por eles.

A terra indígena do povo Arara compreende uma área de aproximadamente 20,664 hectares, onde vivem 32 famílias totalizando 286 pessoas e cerca de 180 crianças. Hoje os índios não conseguem mais caçar, pescar, retirar madeira e outros produtos da floresta apenas para sua subsistência. Ao longo dos últimos anos, famílias de brancos iniciaram a ocupação desordenada e ilegal da terra proibindo os índios de explorar a floresta para a própria sobrevivência.

A tribo já luta há doze anos pela demarcação e reconhecimento de suas terras. Segundo as lideranças, a Funai fez estudos antropológicos de reconhecimento, identificação e levantamento fundiário. Os dados foram repassados para a Justiça Federal que por meio do Juiz Jair Facundes determinou há 90 dias que as terras fossem demarcadas. Porém em virtude da morosidade o Ministério da Justiça ainda não publicou a portaria de homologação das propriedades.

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